“Sheik dos Bitcoins” é condenado a 56 anos de prisão

O “Sheik dos Bitcoins”, líder de uma quadrilha responsável por fraudes envolvendo pirâmide financeira por meio de criptomoedas, foi condenado a 56 anos de prisão. A decisão foi anunciada na noite desta quinta-feira (10) pela Justiça Federal do Paraná.

Conforme o Judiciário, o esquema criminoso movimentou mais de R$ 4 bilhões de 2018 e 2022 e prejudicou cerca de 15 mil pessoas. Francisley Valdevino da Silva, mais conhecido como Sheik dos Bitcoins, é apontado pela polícia como líder da organização criminosa com atuação no mercado de criptoativos.

As investigações da Polícia Federal apontaram que o denunciado convencia as vítimas a investirem em uma de suas empresas com a promessa de um grande retorno, a partir da operação de criptoativos. Os valores entregues ao “Sheik” eram utilizados para a compra de imóveis de alto padrão, carros importados, aviões, jóias e outros bens de luxo. O dinheiro também era usado para viagens ao exterior.

Os pertences e a vida de alto padrão eram ostentadas pelo Sheik dos Bitcoins nas redes sociais.

“O réu agiu com total desprezo em relação às pessoas que lhe confiaram as economias, muitas delas tendo aplicado tudo o que angariaram ao longo da vida de trabalho e sacrifícios, com a agravante de as vítimas terem convencidos parentes e amigos a também investirem nas empresas do acusado, pois ele condicionava a retirada dos valores com o aporte de outros investidores”, diz um trecho da sentença proferida pelojuiz federal Nivaldo Brunoni, da 23ª Vara Federal de Curitiba.

Francisley Valdevino da Silva foi condenado a 56 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Os bens e valores apreendidos e sequestrados foram destinados ao Juízo da 2ª Vara de Falência e Recuperação Judicial de Curitiba para o ressarcimento das inúmeras vítimas.

Outras cinco pessoas que também faziam parte do esquema foram condenadas. As penas variam entre 11 e 48 anos de prisão, de acordo com os crimes praticados.

Sheik dos Bitcoins está preso

O “Sheik dos Bitcoins” não poderá recorrer em liberdade, pois está preso desde o início de agosto.

De acordo com a Polícia Federal, ele continuava suas atividades fraudulentas, mesmo com uma série de medidas cautelares impostas pela Justiça. Ele foi preso em Curitiba.

“Verificou-se que ele utilizava conta bancária de um ex-funcionário para ocultar gastos em Curitiba. O investigado, réu na Operação Poyais, violou medidas cautelares, retomando operações ilegais e envolvendo ex-colaboradores”, detalhou a PF, à época.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Bitcoins.

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