Senado aprova Gabriel Galípolo para presidir Banco Central
Indicado pelo presidente Lula, Galípolo afirma que terá liberdade no desempenho da função e em decisões da política monetária.
O Senado aprovou a indicação do economista Gabriel Galípolo para ser o novo presidente do Banco Central. Em votação secreta, nesta terça-feira (8), o painel do Plenário totalizou 66 votos a favor e 5 contrários. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Galípolo deve assumir o posto em 1º de janeiro de 2025.
Atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo irá substituir Roberto Campos Neto à frente da autarquia, que vem recebendo duras críticas pela política monetária, definindo os juros básicos da economia (taxa Selic) em patamares elevados, o que estaria inviabilizando a reindustrialização do país e a retomada do crescimento econômico.
Natural de São Paulo (SP), Galípolo tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Galípolo tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
O economista foi sabatinado pelos senadores e lembrou que o Brasil enfrentou hiperinflação na década de 1980, mas atualmente é reconhecido por sua estabilidade monetária e financeira e tem inflação em patamar similar aos das economias mais desenvolvidas e estáveis do planeta.
“Muitas vezes, como sociedade, a gente se frustra pelos avanços em ritmo mais lento e em trajetória menos linear do que a gente deseja. Mas eu penso que os avanços e os bloqueios correspondem aos pesos e contrapesos do processo democrático e ao tempo necessário para o debate público e construção de consensos. E eu prefiro sempre as dores do processo democrático às falsas promessas de atalho. Existem numerosos desafios pela frente, como a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente, capaz de combinar maior produtividade e sustentabilidade, o que envolve o compromisso permanente do Banco Central no combate à inflação”, disse Galípolo.
Autonomia à frente do Banco Central
Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, tomou posse em 2019, no início do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Seu mandato termina em 31 de dezembro.
O presidente do BC vem recebendo duras críticas pela política monetária, incluindo do próprio presidente Lula.
Na sabatina no Senado, Galípolo prometeu exercer o cargo com autonomia. Ele disse que o presidente Lula garantiu que ele terá liberdade no desempenho da função e em decisões e que deve se orientar pelo interesse do bem-estar da população.
*com informações da Agência Senado.
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