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Segundo turno, um duelo de direita, buscando votos de esquerda
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo turno, um duelo de direita, buscando votos de esquerda

Eduardo Pimentel e Cristina Graeml disputam os eleitores de Luciano Ducci

Pedro Ribeiro - terça-feira, 8 de outubro de 2024 - 13:39

Um dia antes das eleições, no sábado, 05, houve um sinal de alerta na assessoria jurídica da candidatura de Eduardo Pimentel à Prefeitura de Curitiba. Alguma coisa não estava certa em referência a pesquisa Quaest, encomendada pela RPC, que seria divulgada no mesmo dia. Na mesma semana, havia acendido uma luz amarela na coordenação da mesma campanha com a postura agressiva da candidata de extrema-direita Cristina Graeml. Perceberam que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha pulado fora da canoa, deixado de lado o candidato do PL, Paulo Martins, sua indicação, para sinalizar apoio à candidata jornalista. Ratinho Junior foi traído há poucos dias das eleições. 

Para explicar o fenômeno Cristina Graeml, é preciso consultar as páginas do livro “Engenheiro do Caos”, que mostra como as redes sociais elegeram Donald Trump, nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro, no Brasil. Disseminação do ódio, envolvimento com religião, desconstrução da democracia, enfim, um vale tudo que pela primeira vez, teve o Brasil como laboratório. 

Sobre a pesquisa, o diretor do Quaest, Felipe Nunes, nos conta que “desde a primeira rodada eu dizia que esta seria uma das eleições mais competitivas de Curitiba. Isto, porque o grau de indecisão estava muito alto. 60% diziam até pouco antes do primeiro turno que não tinham candidatos escolhidos. Isto é um sinal que os pesquisadores entendem como possibilidades de mudanças muito bruscas na reta final. E foi exatamente o que aconteceu. O apoio do governador Ratinho Junior e do prefeito Rafael Greca, deu a Pimentel uma grande força de largada. Mas quem teve a maior força de chegada foi Cristina Graeml, outro candidata do campo conservador. O segundo turno vai ser um duelo de direita, curiosamente buscado o voto da esquerda, representada pelo deputado Luciano Ducci, apoiado pelo presidente Lula.”

Felipe Nunes eleicoes curitiba
Felipe Nunes fala sobre a disputa dos votos da esquerda em Curitiba. (Foto: Divulgação)

Às vésperas da eleição, as pesquisas espontâneas da Quaest registravam que metade dos brasileiros não havia escolhido seu candidato a prefeito e 43% dos eleitores informavam que decidiriam seu voto na hora de ir votar. De acordo com a empresa, isso tem relação com o amadurecimento do eleitor, que  prefere avaliar o cenário por mais tempo, principalmente nas cidades em que a disputa foi mais acirrada.

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A Quaest acertou a vitória em primeiro turno dos prefeitos reeleitos de Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luiz, Macapá, Boa  Vista, Rio Branco, Florianópolis e Maceió. Em São Paulo, na eleição mais apertada da história, a Quaest adiantou os resultados finais dos três candidatos e mostrou o impacto da abstenção. 

Desde os primeiros levantamentos, a empresa de pesquisa apontou três as principais tendências da eleição municipal de 2024: a força das máquinas municipais na reeleição dos prefeitos, o crescimento da direita na reta final e a dificuldade dos candidatos de esquerda de aproveitar a aprovação do governo Lula em suas  cidades.

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