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Abalo sísmico treme pilares do Palácio Iguaçu e Ratinho Junior é traído

Abalo sísmico treme pilares do Palácio Iguaçu e Ratinho Junior é traído

A responsável pelo tremor foi a jornalista Cristina Graeml, que, como marionete do ex-presidente Jair Bolsonaro, apostou na derrocada de políticos profissionais que há anos dominam o cenário local.

Pedro Ribeiro - domingo, 6 de outubro de 2024 - 19:50

Quem acreditava que o Brasil jamais sentiria um abalo sísmico, se enganou. Um terremoto de grande magnitude balançou os pilares dos palácios neste domingo, 6 de outubro de 2024, quando os eleitores de Curitiba foram às urnas para eleger o prefeito da capital. Os Palácios Iguaçu e 29 de Março foram especialmente atingidos.

A responsável pelo tremor foi uma jornalista de aparência franzina, Cristina Graeml, que, como marionete do ex-presidente Jair Bolsonaro, apostou na derrocada de políticos profissionais que há anos dominam o cenário local. Alvo de seus ataques: Ratinho Junior, Rafael Greca, Ney Leprevost, Luciano Ducci e Roberto Requião. Graeml “passou o rodo”.

Cristina, surpresa ou não, aprendeu rápido a cartilha do bolsonarismo. Sabia que poderia apostar na estratégia da extrema-direita desbocada, mirando os curitibanos com uma campanha franciscana, baseada em ataques aos “poderosos” sustentados pelo milionário Fundo Eleitoral e suas campanhas cinematográficas.

Ela intensificou o uso das redes sociais, denunciando suposto assédio das lideranças da campanha de Eduardo Pimentel junto ao funcionalismo público — prática recorrente em eleições, como no caso do jantar de adesão. Requião, por sua vez, embarcou na narrativa da jornalista e trouxe o tema ao debate na Globo.

Ratinho Junior cometeu um erro estratégico ao escolher Paulo Martins como vice, o que irritou o prefeito Rafael Greca, principal cabo eleitoral de Pimentel. Além disso, Ratinho foi traído por Bolsonaro, em quem havia apostado todas as suas fichas em 2022. Bolsonaro declarou que Martins era escolha de Ratinho, enquanto sua candidata era Cristina. Foi um golpe.

Nem tudo está perdido. Um dos maiores prejudicados foi o deputado Ney Leprevost e o lavajatismo, representado por Rosângela e Sérgio Moro. O senador, que almejava ser governador, viu sua base eleitoral ruir. Requião, por sua vez, também sofreu uma grande derrota, assim como o deputado federal Luciano Ducci.

Eduardo Pimentel, com sua campanha centrada no mote “tá preparado”, venceu o primeiro turno com 313.347 votos (33,51%), enquanto Cristina Graeml obteve 291.523 (31,17%). Luciano Ducci conquistou 181.770 votos (19,44%), Ney Leprevost pouco mais de 60 mil, Luizão Goulart 41.271, Maria Victoria 20.497, e Roberto Requião 17.155.

Agora, a expectativa se volta para o segundo turno. Para onde irão os votos de Ducci? Ninguém sabe ao certo, já que o curitibano tradicionalmente não vota no PT. Restam, portanto, os mais de 60 mil votos de Ney Leprevost, os 20 mil de Maria Victoria e os 41 mil de Luizão.

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