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Idioter, legião de imbecis e o gosto do próprio veneno
Foto: Reprodução/Facebook/Rafael Greca

Idioter, legião de imbecis e o gosto do próprio veneno

O prefeito Greca critica os “influencers”, mas esquece que ele próprio deixou a mídia tradicional de lado e se voltou prioritariamente às redes sociais

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 3 de outubro de 2024 - 16:00

O escritor e filósofo italiano Umberto Eco foi um dos mais contundentes críticos sobre o papel das redes sociais na disseminação de informações. Eco afirmou que as redes sociais deram voz a uma “legião de imbecis” que, antes, se expressavam apenas “em um bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. Trago essa citação para contrastar com a recente fala do prefeito Rafael Greca, que, em um vídeo distribuído nas redes sociais, criticou o uso excessivo dessas plataformas, chamando de “idioter” os “tais influencers” que, segundo ele, abusam dessas ferramentas.

O prefeito Greca tem razão ao criticar os “influencers”, especialmente considerando que sua gestão na Prefeitura de Curitiba vem sendo alvo constante de ataques nas redes sociais, com ênfase nos pontos negativos de sua administração. No entanto, Greca parece esquecer que, há mais de oito anos, ele próprio, como muitos outros gestores públicos e políticos, abandonou a mídia tradicional, que sempre o apoiou, para se dedicar às redes sociais, influenciado por seus assessores de comunicação. Nesse novo modelo de marketing, o investimento em jornais e outros veículos tradicionais foi deixado de lado, pois as redes sociais – Facebook, Instagram, WhatsApp, Threads, LinkedIn – passaram a ser os principais meios de divulgação.

Embora não possamos discordar completamente dessa estratégia, já que os avanços da tecnologia nos conduzem inevitavelmente nessa direção, é importante lembrar que ignorar a mídia tradicional é desprezar aqueles que ajudaram a consolidar sua trajetória. Blogs e jornais eletrônicos também perderam espaço para as redes sociais, mas continuam fazendo um trabalho pautado pela cautela, honestidade e, acima de tudo, responsabilidade – qualidades que, muitas vezes, faltam aos “idioters” ou “influencers”.

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