Pesquisa Genial/Quaest aponta Lula com 51% de aprovação dos eleitores
Sul e Sudeste mostram o maior nível de rejeição e o Nordeste o maior aprovação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 51% dos eleitores brasileiros e reprovado por 45%. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2). Uma pequena parcela dos entrevistados, de 4%, não sabe ou não respondeu.
O levantamento entrevistou duas mil pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 25 e 29 de setembro de 2024. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com confiança de 95%.
Se comparado com o resultado da pesquisa Genial/Quaest de julho, a aprovação do governante caiu. Na ocasião, os resultados foram 54% de aprovação, 43% de desaprovação e 3% disseram não saber ou não responderam.
Perguntados sobre a gestão, 32% dos entrevistados consideram o governo “bom ou ótimo”, 31% “ruim ou péssimo” e 33% “regular”.
Lula por regiões
A aprovação do presidente varia nas diferentes regiões do Brasil. A margem de erro neste segmento é de cinco pontos percentuais. O Sul e Sudeste mostram o maior nível de rejeição e o Nordeste o maior aprovação.
Veja os resultados:
Setembro
- Sul: aprovação (42%) e desaprovação (53%)
- Centro-Oeste/Norte: aprovação (49%) e desaprovação (46%)
- Sudeste: aprovação (45%) e desaprovação (53%)
- Nordeste: aprovação (69%) e desaprovação (26%)
Julho
Sul: aprovação (43%) e desaprovação (54%)
Centro-Oeste/Norte: aprovação (53%) e desaprovação (42%)
Sudeste: aprovação (48%) e desaprovação (48%)
Perfil do eleitorado
Entre os que mais aprovam o petista estão mulheres com 55% de aprovação a 41% de reprovação, contra 48% de aprovação e 49% (empate técnico) de reprovação dos homens.
Nas faixas etárias, o presidente Lula tem aprovação de 53% entre os eleitores de 16 a 34 anos; 51% de aprovação e 45% de desaprovação (empate técnico) entre 35 a 59 anos e 49% de aprovação e 48% de desaprovação (empate técnico) com 60 anos ou mais.
Renda e escolaridade
Entre as faixas de renda que recebem até 2 salários mínimos, o presidente Lula é aprovado por 62%, o número cai para 51% entre 2 a 5 salários. Os eleitores que ganham acima de cinco salários mínimos são os que mais desaprovam o presidente com 57%.
Lula, imbatível nas próximas eleições
“Se o presidente Lula conseguir diminuir a pobreza, a fome e fazer crescer a economia, como está acontecendo, ele será imbatível nas próximas eleições”. A afirmação é do advogado e estudioso de política, Luiz Carlos Rocha, que acompanha a vida política do presidente e foi advogado dele quando de sua prisão em Curitiba.
Rocha lembra que Lula tem como uma de suas principais prioridades de governo a erradicação da pobreza e a redução da fome no Brasil. Tem lançado programas voltados para garantir segurança alimentar, como o Programa de Aquisição de Alimentos e o fortalecimento do Bolsa Família.
Em nossa conversa, onde não faltaram observações sobre esquerda, direita, centro e extrema direita, Rocha observou, a exemplo de filósofos, que governar exige sabedoria, pois envolve tomar decisões complexas que impactam a vida de milhões de pessoas. “Um governante sábio deve ter a capacidade de enxergar além dos interesses imediatos e pessoais, considerando o bem comum e o futuro da nação. Isso requer uma visão clara, conhecimento, habilidade de ouvir diferentes perspectivas e uma compreensão profunda das necessidades da população. Lula tem isso. Um governante sábio sabe que não pode agir sozinho, devendo contar com uma equipe qualificada, além de promover o diálogo e a cooperação entre os diferentes setores da sociedade”, pontuou Rocha.
Segundo Rocha, nos últimos anos, o Brasil passou por uma crescente polarização política, na qual Lula se tornou um símbolo da esquerda, enquanto a extrema direita emergiu como uma reação a isso. A eleição de Jair Bolsonaro, por exemplo, foi em grande parte uma resposta ao desgaste do PT. Para muitos da extrema direita, Lula representa um retorno ao que consideram ser um período de má administração. Aliam grande parte do staf de Lula ao comunismo como como forma de enfrentar a esquerda. Ele cita exemplos nas eleições para a Prefeitura de Curitiba, onde dois extremistas, em lados opostos, deixam de apresentar seus planos de governo para a capital e passam a difamar o presidente Lula: Paulo Martins e Cristiana Graeml.
Crescimento do PIB
Para Rocha, a economia brasileira apresentou sinais de crescimento em 2023 e alguns fatores indicam uma recuperação gradual. Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve crescimento, superando algumas expectativas do mercado. O setor de serviços, a indústria e a agropecuária foram motores importantes desse crescimento. No entanto, o ritmo de expansão é moderado e há incertezas quanto à sustentabilidade desse crescimento no médio e longo prazo. Após um período de alta, a inflação está sob controle, especialmente devido à pandemia e à crise global. A estabilização dos preços foi auxiliada por uma política monetária mais rígida, com altas taxas de juros, embora isso tenha impacto no consumo e no investimento.
Taxa de juros
Para a maioria dos técnicos e assessores do Ministério da Fazendo, conduzido por Fernando Haddad, o Brasil tem uma das maiores taxas de juros do mundo (a Selic), que o Banco Central manteve alta para conter a inflação. Por um lado, ajuda a controlar os preços; por outro, torna o crédito mais caro, o que pode desacelerar o consumo e os investimentos privados. A agricultura e a pecuária, setores estratégicos da economia brasileira, continuam a crescer, impulsionados pela demanda global por alimentos e commodities.
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