Startup curitibana cria mini-hidrelétrica para geração doméstica de energia
A solução foi inspirada em projetos de geração hídrica da Itália e Nova Zelândia, mas o produto final é pioneiro no Brasil
Uma startup curitibana criou uma mini-hidrelétrica e uma Micro Central Elétrica (MCH) para geração doméstica de energia. A ideia deu tão certo que foi validada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e, atualmente, já conta com mais de 200 máquinas instaladas pelo Brasil e em alguns países como Uruguai, Peru, Colômbia e Estados Unidos.
A ideia surgiu em 2018, quando os engenheiros Felipe Wotecoski e Thiago Sielski estudavam o mercado de energia e decidiram inovar criando soluções de microgeração a partir de fontes renováveis.
Mas como funciona a mini-hidrelétrica?
A Hidreo tem duas máquinas de geração de energia doméstica: a primeira é a Mini-Hidrelétrica, capaz de gerar até 220 Kw.h por mês, o bastante para abastecer uma residência. A segunda é a Micro Central Elétrica (MCH), capaz de suprir quatro casas ou uma pequena propriedade rural, gerando até 730 kW.h.
A Micro Central Hidrelétrica é o principal produto da empresa no mercado. São de pequena dimensão, menores que um frigobar, e capazes de gerar energia elétrica a partir de pontos com disponibilidade hídrica, como rios, riachos, descarte de água sob pressão em indústrias, água de vertedouros em usinas e represas de abastecimento de água e saída de lagos.
“A MCH funciona de maneira similar a uma grande hidrelétrica: a água é captada em um ponto superior do rio ou represa, tubulada até a turbina, fazendo ela girar. Este movimento de rotação é transmitido para o gerador que transforma energia mecânica em energia elétrica”, explica Felipe, que é CEO da empresa.
De acordo com o engenheiro, a solução foi inspirada em projetos de geração hídrica da Itália e Nova Zelândia, mas o produto final é pioneiro no Brasil e patenteado pela Hidreo. “Quando iniciamos nosso projeto, buscamos conhecer o que estava sendo feito no mundo, mas desenvolvemos um conjunto gerador totalmente novo adaptado à realidade e às necessidades brasileiras”, observa.
O equipamento segue as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que permite uma conexão rápida e segura das MCHs com a rede de energia fornecida não só pela Copel como por outras empresas do setor elétrico.
Entre os benefícios do equipamento está a possibilidade de um fornecimento de energia mais barato para pessoas que querem reduzir gastos com contas de luz, como no caso de granjas e estufas. Outro ponto é garantir um abastecimento elétrico mais seguro e constante para quem tem problemas com quedas de luz, principalmente em regiões rurais mais afastadas.
Assim, as pequenas geradoras são voltadas, principalmente, para zona rural, desde pequenos agricultores a empreendimentos maiores, como pousadas, hotéis-fazenda e outros espaços de lazer e turismo. Outro público são indústrias que contam com descarte de água sob pressão, companhias de saneamento e usinas com vertedouros ou vazão de água não turbinada.
*Com AEN
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