Rodovias
Acidentes em rodovias do Paraná deixam 9 mil feridos
Foto: Divulgação/PRF

Acidentes em rodovias do Paraná deixam 9 mil feridos

Neste ano, 959 pessoas morreram em sinistros nas estradas federais e estaduais

Mirian Villa - BandNews FM Curitiba - terça-feira, 24 de setembro de 2024 - 20:00

Mais de nove mil pessoas ficaram feridas nas rodovias do Paraná neste ano. Nas estradas federais, de janeiro a 23 de setembro, foram pouco mais de cinco mil acidentes (5.364), com 433 mortes. Já nas rodovias estaduais, o número de sinistros nesta terça-feira (24) chega perto dos quatro mil (3.817), com 526 óbitos. Em todo o ano passado, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), foram 42.612 acidentes, com 38 mil vítimas – 1.727 delas fatais.

O porta-voz da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, Maciel Jr., detalha que os acidentes que mais ocorrem no estado são colisões traseiras. Entretanto, o acidente que mais mata é a colisão frontal.

“A colisão frontal é decorrente daquela ultrapassagem mal sucedida, em pistas simples, que matou 151 pessoas ano passado. Mesmo em locais permitidos para a ultrapassagem, o condutor não consegue finalizar a manobra. Ou por desconhecer o veículo – a pessoa não tem potência suficiente para vencer o outro veículo que ele está ultrapassando. Ou ele faz a ultrapassagem no local proibido, onde não tem visão, em uma subida, ou, em curva. Então, isso mostra que o trânsito continua violento por conta de motoristas que fazem más escolhas”, explica.

Um acidente de trânsito se torna um crime quando acaba em danos físicos, materiais ou em morte. O promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia explica em quais circunstâncias a ocorrência pode caracterizar um delito.

“O crime de trânsito está previsto no Código Nacional de Trânsito, ou seja, prevê na, condução dos veículos automotores que possa resultar em uma ação ou omissão perigosa, lesiva ou ilegal – esses crimes podem envolver desde uma conduta imprudente ou até mesmo intencional. Alguns exemplos que eu posso trazer aqui de crime de trânsito é o homicídio culposo, a lesão corporal culposa, o racha. Então, o crime de trânsito, além de comprometer a segurança viária, pode gerar penas que venham de multas, medidas administrativas ou até mesmo a detenção, ou reclusão, dependendo da gravidade da infração ou das consequências do ato”, esclarece.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem dois tipos de velocidade no trânsito: excessiva e inadequada. A primeira ocorre quando o motorista está acima do limite permitido para a via. A segunda acontece quando o condutor obedece à velocidade, mas o limite não é adequado para o contexto da via. Por exemplo, uma via de grande circulação de pedestres com limite superior a 70 km/h.

Para o policial federal, a velocidade máxima de uma via não foi calculada para ser ultrapassada: “a velocidade máxima da via não é uma velocidade para ser atingida, ela não é uma velocidade para ser ultrapassada, é um mero índice que o motorista deve verificar que ele está dentro daquele limite. É uma velocidade colocada naquela região por questão de engenharia. Então ela comporta aquela velocidade, mas não é uma meta e muito menos, um prêmio para quem ultrapassar aquela velocidade”, comenta Maciel Jr.

O promotor de justiça, que atua na em crimes dolosos contra a vida, detalha que a atual lei de trânsito requer melhorias. Para ele, a pena para homicídios, por exemplo, deveria ser mais dura.

“O Código de Trânsito, por exemplo, ele poderia, no caso do homicídio de trânsito, já ter contribuído para isso na sua alteração em 2017. Porque ao tratar o homicídio culposo da pessoa que dirige o carro embriagado a uma pena de 5 a 8 – se por ventura já tivesse uma penalidade mais rígida – tenho quase certeza de que esses casos teriam uma solução mais rápida, porque não iriam a júri popular. Então você tem que verificar que determinados crimes que ocorrem hoje no trânsito, a gravidade desse crime, ele merece uma repressão substancial”, pontua Correia.

Dia Nacional do Trânsito

Nesta quarta-feira (25) é lembrado como Dia Nacional do Trânsito. A data foi estabelecida em 1997 para promover a conscientização sobre a importância de respeitar as leis e adotar a direção defensiva.

Segundo o Ministério dos Transportes, no próximo ano, a frase “Desacelere. Seu bem maior é a vida” vai nortear as campanhas educativas em todo o País. 

*Com informações de BandNews FM Curitiba.

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