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A Vida como Ela É (Nelson Rodrigues) ou a Política como Ela É (políticos)
Imagem: Reprodução/www.pensador.com

A Vida como Ela É (Nelson Rodrigues) ou a Política como Ela É (políticos)

Um dia, trocam socos, no outro, distribuem tapinhas nas costas. Sempre foi assim.

Pedro Ribeiro - terça-feira, 24 de setembro de 2024 - 11:33

Mais uma vez, estamos diante de uma nova eleição – para prefeitos e vereadores – em todo o país. E, com isso, relembramos como funcionam as alianças e disputas políticas pelo Brasil afora, sem qualquer pudor. Um dia, trocam socos, no outro, distribuem tapinhas nas costas. Sempre foi assim.

Hoje, recordo do ex-governador e ex-senador Roberto Requião, agora candidato à Prefeitura de Curitiba, cargo que ocupou anos atrás. Em 3 de março de 2000, quando era senador pelo Paraná, Requião subiu à tribuna do Senado para acusar o então governador Jaime Lerner de ter ligações com o narcotráfico e o crime organizado. Naquela ocasião, chegou a chamar Lerner de “frouxo, conivente, covarde e irresponsável”, levantando suspeitas sobre o envolvimento do adversário com drogas. “Não acredito que Lerner seja narcotraficante ou usuário”, consta nos anais do Senado.

Passados 24 anos, Requião, agora em campanha, afirma ter sido amigo de Lerner, quase um BFF (“Best Friends Forever”). Ele se autoproclama um planejador urbano como o ex-governador. “Sempre fui amigo pessoal de Lerner, conversávamos por telefone. Éramos adversários, mas havia muito respeito entre nós”, declara Requião. Ele tenta se comparar a Lerner, dizendo que ambos foram os únicos prefeitos de Curitiba a se oporem ao metrô, a criarem mais creches e a modernizarem o sistema de transporte da cidade, que se tornou referência mundial.

Por outro lado, Requião também elogia o atual prefeito Rafael Greca, afirmando que ele é um bom administrador da cidade. Para alguém que costuma acender uma vela ao santo e outra ao diabo, distorcer a verdade se tornou uma marca registrada do ex-governador.

O candidato Eduardo Pimentel (PSD) parece seguir a mesma cartilha das velhas raposas da política nacional. Pressionado por forças contrárias a seu vice, Paulo Martins, seus estrategistas perceberam que a candidata de extrema-direita, Cristina Gramel, está conquistando votos com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, avançando sobre o eleitorado conservador.

Eduardo Pimentel aposta em Nikolas Ferreira para atrair votos conservadores

A campanha de Eduardo Pimentel, candidato à prefeitura de Curitiba, decidiu focar no eleitor conservador, trazendo o deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL-MG), popular entre os bolsonaristas.

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Os marqueteiros de Eduardo buscam dissipar a dúvida que circula em grupos de WhatsApp bolsonaristas sobre a verdadeira inclinação política do candidato. A dúvida surgiu após vídeos em que o prefeito Rafael Greca elogia o presidente Lula. Coube a Paulo Martins, candidato a vice de Eduardo, convidar Nikolas para gravar um vídeo de apoio. Nele, Nikolas elogia mais Paulo Martins, relembrando os tempos em que ele era apresentador de televisão. Eduardo aparece de forma discreta, visivelmente desconfortável, mas encerra o vídeo adotando o discurso bolsonarista, afirmando ser contra as drogas e defensor das crianças de Curitiba.

Enquanto isso, em São Paulo, o autointitulado “conservador” Pablo Marçal, também alinhado ao bolsonarismo, segue causando polêmica. Após ser atingido por uma cadeira em um programa de televisão apresentado por Datena, agora foi expulso de um debate que terminou em confusão, com socos e pontapés.

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