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Heloísa Garrett, de fornecedora a presidente do Lide Paraná
(Foto: Rubens Nemitz Jr.)

Heloísa Garrett, de fornecedora a presidente do Lide Paraná

Em cinco anos, a empresária aumentou em mais de 400% o faturamento do Lide Paraná

Pedro Ribeiro - segunda-feira, 16 de setembro de 2024 - 15:13

Em cinco anos à frente do Lide Paraná, a jornalista e empresária Heloísa Garrett conseguiu fazer com que a entidade saísse de um faturamento anual de R$ 823,24 mil (2019) para R$ 4,188 milhões (2023), um crescimento superior a 408%. Hoje, a organização, que reúne líderes empresariais do Estado, é considerada, também, a maior representação multissetorial do Estado, reunindo mais de 450 líderes de empresas que representam 43% do PIB paranaense, com um faturamento anual de aproximadamente R$ 300 bilhões e geração de mais de 900 mil empregos diretos.

Heloísa revela que aumentou em 400% a participação de empresários paranaenses em missões internacionais e elevou em 200% o número de eventos realizados pelo Lide Paraná, incluindo fóruns, workshops, palestras, almoços e happy hours para networking.

Nesta entrevista, a presidente do Lide Paraná conta um pouco mais sobre essa trajetória.

Como surgiu a ideia de assumir o Lide?

Eu conheci o Lide em 2011, quando morava em São Paulo. Percebi que a entidade reunia os tomadores de decisões, os donos das empresas. Quando voltei para Curitiba, em 2015, percebi que o Lide Paraná ainda não tinha essa mesma representatividade. Em 2017, a nossa agência The Way foi convidada para atender o Lide Paraná. Passamos a realizar todos os eventos da entidade, desde a captação de patrocínios e novos filiados, até a comunicação institucional. Atendíamos todas as demandas do Lide e percebemos que tínhamos um campo muito grande para explorar vocações econômicas do Estado que não estavam sendo abordadas e criar um vínculo maior de relacionamento com os empresários. Isso nos motivou a comprar a franquia e assumir o comando do Lide Paraná em agosto de 2019.


Qual era a certeza do sucesso e do retorno?

A certeza do retorno nunca existiu! Mas a projeção de crescimento era grande. Mesmo tendo que entregar os resultados mínimos exigidos em contrato com a franqueadora, eu tinha liberdade para a gente trabalhar com pautas que faziam sentido para a economia do Estado; tínhamos um oceano azul para crescer e foi o que a gente acabou fazendo. Mas, seis meses depois de assumir a presidência do Lide Paraná tivemos que enfrentar a pandemia de Covid-19, que retardou o início do crescimento exponencial da entidade, mas nos deu a oportunidade de nos aproximar mais das empresas para o enfrentamento da crise, especialmente com a produção de conteúdo relevante para auxiliar na tomada de decisões e para manter os empresários dentro desse ecossistema, já que os eventos presenciais ficaram suspensos por muitos meses. Vimos que muitas empresas estavam conseguindo crescer na pandemia e decidimos apresentar uma agenda propositiva e positiva, mostrando cases de superação e inovação. Assim, a pandemia nos deu a oportunidade de reinventar a operação do Lide Paraná, de trabalhar por propósito, respeitando as vocações de cada região do Estado.

Como você explorou essa grande oportunidade?

A Casa Lide foi a nossa grande aposta! O cenário era de perda de investimentos, de membros filiados e de patrocínios. Mas eu sabia que era importante ter um espaço assinado, com condições de receber eventos e servir de ponto de apoio para os líderes de outras regiões do Estado quando estivessem em Curitiba. A Casa Lide nos possibilitou realizar mais agendas e mais conexões, apresentando uma dinâmica de conteúdo que realmente fizesse sentido para o empresariado, seja no desenvolvimento da sua liderança ou na ampliação do networking para a geração de novos negócios. Somando esses cinco anos, foram mais de 400 agendas muito qualificadas.

Qual é hoje a participação nacional e internacional?

Há três anos consecutivos, o Lide Paraná é considerado a unidade de referência do sistema Lide. Fomos os primeiros a criar a Casa Lide e a criar um app proprietário para facilitar o relacionamento com os filiados.  Pelo aplicativo, o empresário consegue ter acesso às agendas, confirmar presença nos eventos e gerar oportunidades de negócios com outros filiados, além de dar visibilidade para a sua marca dentro do ecossistema. O app é um grande serviço para o membro do Lide Paraná e agora será implantado pelo Lide Brasil. Nós também fomos a primeira unidade regional a trabalhar com BI (Business Intelligence), por meio de um sistema de gestão totalmente integrado. Também fomos pioneiros em trazer estratégias de conteúdo com os grandes veículos de Comunicação do Estado para dentro da operação, dando maior visibilidade para os nossos filiados.


Qual o seu grau de satisfação e resultados?

Acho que 8,5, porque estou em uma constante busca por excelência. Apesar nos números expressivos e do crescimento consistente, ainda temos um mercado muito grande para explorar. Temos uma capacidade de atração de investimento gigantesca! Precisamos ainda fazer mais imersões do Lide Paraná no interior do Estado. Esses cinco anos foram o tempo de semear. Agora, vamos começar a colher.

Qual é a ideia de interiorizar o Lide?

Hoje, a gente tem uma base de membros de mais de 200 CNPJs de grupos empresariais e cerca de 500 líderes. Ainda não é nem 1% do número de líderes empresariais do Estado. Então, temos 99% da liderança empresarial paranaense para atrair, conectar e ajudar a gerar negócios.

E como atrair esses 99%?

Neste ano, estamos investindo muito na cultura organizacional da entidade. Trabalhamos com alianças estratégicas e fortalecemos o nosso time de operação. Com isso, a gente consegue atrair, atender e reter mais empresas. Estamos especialmente atentos para as empresas do agronegócio e as indústrias do nosso Estado.

Qual é a sua meta para os próximos 5 anos?

Eu quero que o Lide Paraná continue entregando valor para os empresários e seja reconhecido por isso. Essa é a nossa grande meta: disponibilizar e manter um ambiente onde as empresas chegam e fazem negócios que vão ajudar no crescimento da economia do Estado. Não podemos perder isso como propósito diário: a gente existe para gerar receita e renda. O Lide tem como grande propósito fomentar empregabilidade e de prosperidade.


Qual será missão empresarial no futuro?

O Lide acabou ocupando bastante da minha agenda nos últimos cinco anos. Mas, com a profissionalização da equipe e com as contratações que a gente fez nesse ano, a ideia é que eu fique mais na estratégia e saia da execução. Esse contato direto com os membros continua comigo, pois é desse relacionamento que nascem as novas conexões e oportunidades de negócios para os filiados. Dentro do nosso grupo empresarial The Way temos outros negócios em tecnologia e otimização de processos, onde devo começar a atuar de forma mais intensa. Mas a minha grande missão continuará sendo o Lide Paraná.

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