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Estudo busca reduzir os efeitos das cheias no Rio Iguaçu, em União da Vitória
(Foto: divulgação/Prefeitura de União da Vitória)

Estudo busca reduzir os efeitos das cheias no Rio Iguaçu, em União da Vitória

Estado contratou a Unilivre para realização de um anteprojeto que apontará qual a melhor solução para acabar ou minimizar os problemas decorrentes de enchentes na cidade

Agência Estadual de Notícias - segunda-feira, 2 de setembro de 2024 - 20:16

O Governo do Paraná está em busca de minimizar os efeitos das cheias do Rio Iguaçu em União da Vitória, no Sul do Estado. O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (02) a ordem de serviço para a realização de estudos que visam reduzir o impacto das cheias na cidade, sem prejudicar a lâmina d’água. O investimento nesta fase é de R$ 5 milhões.

Detalhes do estudo que procura reduzir os efeitos das cheias do Rio Iguaçu em União da Vitória

A empresa contratada para o estudo foi a Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre), com ampla experiência em soluções visando a sustentabilidade e o cuidado ambiental. O prazo para execução dos serviços será de 10 meses contados a partir da ordem de serviço, assinada nesta segunda. Em junho deste ano, o governador assinou um protocolo de intenções para contratação do anteprojeto de contenção de cheias no Iguaçu.

Ratinho Junior destacou que o objetivo do Governo do Estado é buscar alternativas para evitar que aconteça algo semelhante ao que ocorreu no Rio Grande do Sul neste ano. “Nós fizemos a contratação da Unilivre, uma universidade que já faz uma série de projetos para o Estado e também para outras entidades no Brasil, para que a gente possa, através dos técnicos, achar uma solução que resolva na totalidade ou que amenize esse tipo de problema que acontece de forma recorrente a cada cinco, dez anos”.

O estudo tem por objetivo a elaboração de pesquisas, levantamentos de dados primários e secundários e o desenvolvimento de metodologia para avaliação e análise da viabilidade técnica, econômica e ambiental de infraestruturas a serem projetadas para contenção de cheias e inundações, sem prejudicar a lâmina d’água no Rio Iguaçu, visando minimizar alagamentos que atingem periodicamente a região.

Serão feitos levantamentos terrestre, aquático e aéreo, verificando desde como o tipo de solo da cidade influencia nas cheias, através de ensaios de caracterização e permeabilidade; passando pela profundidade e vazão do Rio Iguaçu; interferência de obras de arte especiais (OAE), como pontes, no escoamento da água; e cobertura aerofotogramétrica digital.

A área a ser pesquisada compreende 34,10 quilômetros de extensão, entre o bairro São Cristóvão (próximo à estação de monitoramento de União da Vitória) e a estação de monitoramento de Porto União, município catarinense que faz limite com a cidade paranaense.

Ao final da pesquisa, a empresa deverá apontar a melhor alternativa de medida de controle de cheias, com base na análise dos resultados das simulações hidrodinâmicas e viabilidade técnica-econômica, reunindo todos os relatórios produzidos que subsidiaram a decisão. Isso poderá se dar de forma única ou por meio de diferentes intervenções, incluindo túneis, canais extravasores, diques, detonações de rochas, desassoreamento e alargamento do rio.

Segundo o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, o anteprojeto visa mensurar que ações serão necessárias para melhorar as condições de vida da população de União da Vitória. “É uma ordem de serviço de um trabalho importantíssimo e que vai compilar quase 20 estudos que existem sobre a região, complementados com algumas informações a mais que nós vamos coletar no desenvolvimento desse anteprojeto”, salientou.

“Ali é uma região em que o Rio Iguaçu tem uma facilidade para encher, vamos dizer assim, na sua planície. O que nós temos que buscar ali é adaptar aquele lugar, adaptar aquela situação para que as pessoas possam viver bem e não sofrer tanto como tem acontecido nos últimos anos”, acrescentou.

Após a finalização do anteprojeto, o Governo do Estado buscará, com base nos apontamentos, os recursos necessários para realização das intervenções, podendo ter como fonte o Tesouro do Estado, indenizações ambientais a serem recebidas, ou com a busca de recursos do governo federal, uma vez que trata-se de uma divisa entre estados, envolvendo o Paraná e Santa Catarina.

Souza afirmou que a diferença deste estudo para os outros já realizados é que, agora, haverá um dimensionamento dos custos. “Nós queremos saber aonde vamos investir os primeiros R$ 10 milhões para solucionar o problema da cheia, ou os primeiros R$ 50 milhões e assim por diante. Então esse dimensionamento vai ser feito de forma muito segura, porque nós vamos ter, inclusive, a perspectiva do licenciamento ambiental”, afirmou.

O diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), José Luiz Scroccaro, explicou que o órgão ambiental do Estado prestará todo o apoio necessário para que seja encontrada a melhor solução possível. “O IAT está disponibilizando toda a equipe técnica que possui hoje, com experiência de anos em controle de cheia, e que estará à disposição, analisando e acompanhando o desenvolvimento do projeto”, disse Scroccaro, citando como exemplos da expertise dos técnicos o Canal Extravasor na Grande Curitiba e o projeto de controle de cheias em Francisco Beltrão.

“Nós vamos pegar a equipe que nós contratamos pela Unilivre, junto com a nossa equipe, e vamos analisar estudo por estudo, fazer um levantamento batimétrico para saber o que existe dentro do rio, no canal, no seu polo”, afirmou.

Depois de finalizado o anteprojeto, a expectativa é que as obras aconteçam na modalidade de contratação integrada, em que uma mesma empresa realiza o projeto executivo e realiza a obra de forma conjunta, otimizando tempo e recursos.

Projeto semelhante teve efeitos positivos na divisa entre Curitiba e São José dos Pinhais

“Vamos contratar, através dessa universidade, os melhores técnicos nessa área de combate à enchente. Muitos já participaram da elaboração do Canal Extravasor, que foi feito na década de 1990 em Curitiba e São José dos Pinhais e que alagava boa parte da divisa das cidades, e também da engorda da Orla de Matinhos, onde foi feito o maior combate de erosão marítima da América do Sul”, comentou Ratinho Junior. “São técnicos que têm experiência para buscar uma solução para a União da Vitória”.

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