Geral
50% das pessoas menos instruídas e 20% das mais não sabem seus tipos sanguíneos
Foto: Pixabay

50% das pessoas menos instruídas e 20% das mais não sabem seus tipos sanguíneos

“Saber qual é o seu grupo sanguíneo é uma informação que pode ser vital em diversas situações”, explica profissional

paranaportal - segunda-feira, 2 de setembro de 2024 - 15:48

Uma pesquisa recente do Datafolha revelou que o desconhecimento sobre o próprio tipo sanguíneo é bastante significativo no Brasil, especialmente entre as populações menos instruídas e de baixa renda. 

De acordo com o levantamento, 20% das pessoas mais instruídas não sabem a qual grupo sanguíneo pertencem, e esse número sobe drasticamente para 50% entre os menos instruídos. Além disso, quando analisada a renda familiar mensal dos entrevistados, observa-se que apenas 20% dos mais ricos desconhecem seu tipo sanguíneo, em contraste com alarmantes 47% entre os mais pobres.

Marcos Kozlowski, diretor técnico do LANAC, explica que os dados apresentados na pesquisa mostram a realidade do nosso país e apontam para a importância de as pessoas buscarem saber o seu tipo sanguíneo. 

“Saber qual é o seu grupo sanguíneo é uma informação que pode ser vital em diversas situações, desde emergências médicas até doações de sangue, onde a compatibilidade sanguínea é essencial. Em casos de acidente, por exemplo, essa informação pode acelerar o processo de atendimento, garantindo que a pessoa receba o sangue correto, evitando complicações graves ou até fatais”, afirma. “Saber a tipagem sanguínea durante o pré-natal é essencial porque previne riscos e identifica a possibilidade de problemas entre o sangue da mãe e do bebê, como a Doença Hemolítica do recém-nascido, por exemplo”, completa.

Além disso, o conhecimento sobre o tipo sanguíneo também é relevante para a doação de sangue, já que os bancos de sangue precisam de doadores de todos os tipos sanguíneos para atender a demanda da população. “Por exemplo, pessoas com sangue do tipo O negativo, conhecido como “doador universal”, podem doar para qualquer outro tipo sanguíneo, mas o número de doadores desse tipo é geralmente baixo. Por outro lado, pessoas com sangue AB positivo podem receber de qualquer tipo, mas só podem doar para pessoas com o mesmo tipo sanguíneo. Saber seu tipo sanguíneo permite que os indivíduos se tornem doadores mais conscientes, contribuindo de forma mais eficaz para a saúde pública”, explica o diretor. 

Exame de tipagem sanguínea: o que é e como funciona

O exame de tipagem sanguínea é um procedimento simples e rápido realizado em laboratórios de análises clínicas para determinar a qual grupo sanguíneo e fator Rh uma pessoa pertence, sendo realizado da seguinte maneira:

1 – Coleta de sangue

O exame começa com a coleta de uma pequena amostra de sangue do paciente, geralmente retirada de uma veia no braço. O procedimento é rápido e realizado por um profissional de saúde habilitado.

2 – Análise laboratorial

No laboratório, a amostra de sangue é submetida a uma série de testes. Inicialmente, o sangue é misturado com soros que contêm anticorpos anti-A, anti-B e anti-Rh. A reação desses anticorpos com os glóbulos vermelhos do sangue indica o tipo sanguíneo. As metodologias automatizadas em gel tipagem, utilizadas principalmente em banco de sangue, também são reconhecidas por sua alta precisão, eficiência e padronização.

3 – Identificação do grupo sanguíneo

Existem quatro grupos sanguíneos principais: A, B, AB e O. A tipagem é feita observando como os anticorpos reagem com os antígenos presentes nos glóbulos vermelhos:

• Tipo A: Presença de antígenos A na superfície dos glóbulos vermelhos.

• Tipo B: Presença de antígenos B.

• Tipo AB: Presença de ambos os antígenos A e B.

• Tipo O: Ausência de antígenos A e B.

4 – Determinação do fator Rh

Além de identificar o grupo sanguíneo, o exame também determina o fator Rh, que pode ser positivo (+) ou negativo (-). Se o sangue tiver o antígeno D, é considerado Rh positivo; se não tiver, é Rh negativo. Isso é importante porque o fator Rh também deve ser compatível em transfusões e na gravidez, para evitar problemas como a doença hemolítica do recém-nascido.

5 – Resultado e Interpretação

Os resultados do exame geralmente ficam prontos em pouco tempo, e o paciente é informado sobre seu tipo sanguíneo (A, B, AB, ou O) e seu fator Rh (positivo ou negativo). Com essas informações, é possível tomar decisões mais seguras em situações médicas, além de estar apto para participar de campanhas de doação de sangue de forma mais consciente.

Fique por dentro das notícias do Paraná: Assine, de forma gratuita, o canal de WhatsApp do Paraná Portal. Clique aqui.

Compartilhe