Colunas
Eleição nas grandes cidades do Paraná é crucial e perigosa para o Palácio Iguaçu em 2026

Eleição nas grandes cidades do Paraná é crucial e perigosa para o Palácio Iguaçu em 2026

As campanhas de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais trazem novas lideranças no cenário e podem embolar o jogo

Pedro Ribeiro - quarta-feira, 21 de agosto de 2024 - 11:48

A nove dias do horário eleitoral gratuito, as coligações do partido do governador Ratinho Junior (PSD) enfrentam resistência do eleitorado nos principais colégios eleitorais do Paraná, principalmente aqueles com mais de 200 mil eleitores e com a possibilidade de segundo turno em 27 de outubro.

A começar por Curitiba com o volume das campanhas de Ney Leprevost (UB) e de Luciano Ducci (PSB) pressionando a candidatura de Eduardo Pimentel (PSD) apoiado pelo grupo de Ratinho Junior. No último levantamento da Paraná Pesquisas de 5 de julho, Pimentel lidera 24,1% seguido de Ducci (14,9%), Leprevost (13,6%), Roberto Requião (Mobiliza), 12,4%; e Beto Richa (PSDB), 10,1%.

Orlando Kissner/Alep

No entanto, de lá para cá, Leprevost conseguiu o apoio do senador Sérgio Moro (UB) e indicou sua mulher, a deputada Rosângela Moro (UB) a vice-prefeita, Richa abandonou o jogo e, a contragosto do prefeito Rafael Greca (PDS), o governador indicou o ex-deputado Paulo Martins (PL) vice de Pimentel.

Ainda há mais quatro movimentos no tabuleiro da política na capital paranaense. O crescimento da liderança de Moro com 41,3% na pesquisa para eleição ao governo do Estado, a manutenção da candidatura da deputada Maria Victória (PP) a prefeita, a morte da primeira-dama Margarita Sansone e a procura por Greca de outras candidaturas que apontaram as dificuldades, registradas em pesquisas internas, de Pimentel chegar ao segundo turno. Greca, a principal liderança da cidade, deve se recolher no começo de campanha em luto pelo passamento da mulher.

Se Curitiba exige cuidados ao partido do governador, as campanhas de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais trazem novas lideranças no cenário e dificuldades no próximo mês.

Londrina mostra a polarização das candidaturas de Maria Tereza (PP) e Tiago Amaral, com 16,9% e 22,9%, respectivamente, na pesquisa Multicultural do dia 15.  O prefeito Marcelo Belinati (PP), principal liderança da cidade, deve impulsionar mais ainda os números de Maria Tereza no provável segundo turno. Tiago Amaral enfrenta ainda o peso das candidaturas de Barbosa Neto (PDT), 13,5%; Tercílio Turini (MDB), 12%; e Coronel Vila (PSDB), com 10,5%.

Em Maringá, Silvio Barros (PP), irmão do deputado Ricardo Barros (PP) e tio de Maria Victória, se consolidou na liderança das pesquisas com 57%, seguido de  Edson Scabora (PSD), 15,4%, Humberto Henrique (PT), com 7%. Os números do Paraná Pesquisas do dia 19 apontam a vitória dos Barros já no primeiro turno de 6 de outubro.

Em Ponta Grossa, a liderança de Mabel Canto (PSDB) incomoda o candidato do PSD, Marcelo Rangel, que tem ainda o desconforto da candidatura da atual prefeita Elizabeth Schmidt (UB), ex-aliada. Aos números do Instituto Radar de 12 de agosto: Mabel Canto (32,3%), Marcelo Rangel (26,2%), Elizabeth Schmidt (14%) e Aliel Machado, do PV, com 10,7%. Tudo indica que Mabel, Elizabeth e Aliel estarão no mesmo palanque no segundo turno contra Rangel. É esperado ainda o crescimento dos números da prefeita que enfrentou e venceu Mabel no segundo turno em 2020.

Em Cascavel, dois institutos (IRG e Radar) estão em campo e devem divulgar seus números nesta quinta-feira, 22. Na cidade, a eleição está polarizada em três candidaturas: Edgar Bueno (PSDB); ex-prefeito por três mandatos; o deputado Márcio Pacheco (PP); e o vice-prefeito Renato Silva (PL) – apoiado pelo prefeito Leonaldo Paranhos (Pode) e Ratinho Junior. Não escrevo os números das últimas pesquisas porque são díspares, conforme os institutos, mas o pleito caminha para o segundo turno e espera um crescimento de Renato Silva mais, segundo a imprensa, pela aprovação de Paranhos.

Em Foz do Iguaçu, o General Silva e Luna (PL) que tem Ricardo Nascimento (PSD) como vice, enfrenta resistência do eleitorado. Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Ratinho Junior, Silva e Luna tem 17%, segundo o Radar de 20 de julho, atrás de Paulo Mac Donald Ghisi (PP) com 44,6%. A expectativa do general é a impugnação do registro da candidatura de Mac Donald, já que o candidato do PP tem pendências na Justiça em ações por improbidade administrativa quando foi prefeito. Mesmo assim, o segundo turno é sinalizado entre Mac Donald, Silva e Luna, Sâmis da Silva (PSDB), Airton José (PSB) e Zé Elias (UB). A dúvida é quem vai disputar com o general.

A disputa em São José dos Pinhais também caminha para ser definida no segundo turno. O Instituto IRG Pesquisas de 20 de agosto apontou que a liderança da prefeita Nina Singer (PSD) com 46,2%, seguida de Geraldo Mendes (UB), com  32% e Wilson Cabelo (PT) com 5%. Nina é apoiada por Ratinho Junior, já o deputado Geraldo Mendes tem apoio do senador Sérgio Moro e de Bolsonaro.

Não se pode dizer que a situação do grupo de Ratinho Junior é grave, tem muita sola de sapato para gastar em 45 dias de campanha, mas segundo os interlocutores do governador no centro cívico o sinal se aproxima do amarelo com o crescimento da liderança de Moro e do deputado Ricardo Barros.

Sintomaticamente, a mulher de Barros, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) fez 11,2% – terceira colocada –  na disputa do Governo do Estado em 2026, conforme o Paraná Pesquisa de 12 de agosto.  E se Marcelo Belinati eleger Maria Tereza em Londrina, o tabuleiro político do Paraná passa a contar com mais um player.

Foto: Reprodução/Instagram Cida Borghetti

Compartilhe